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Por: Jornalismo Light FM | Foto: Bruna Carvalho/Reprodução

Uma parceria da Faculdade de Medicina da UFMG com o Ministério da Saúde levará seis cursos relacionados à saúde digital para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). O material está sendo preparado pelo Centro de Informática em Saúde (CINS) da Faculdade, em parceria com a Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde. As ilustrações contam com apoio do Laboratório de Design Gráfico (LDG) da Escola de Design da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). A iniciativa ficará disponível para mais de 800 mil trabalhadores.

Serão seis cursos ofertados para profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) de todo o país. Entre os beneficiados estarão dentistas, técnicos e auxiliares de saúde bucal, agentes de saúde e de endemias, gestores de saúde, agentes de saúde e profissionais de tecnologia da informação (TI). Os materiais serão disponibilizados em percurso de educação continuada autoinstrucional, disponível em ambiente virtual.

A professora da Faculdade de Medicina e coordenadora do projeto, Zilma Reis, explica que a parceria envolve atividades de capacitação e pesquisa científica. “A atividade formativa é composta por cursos específicos direcionados aos diferentes perfis profissionais da APS. Do ponto de vista científico, espera-se avaliar o impacto das capacitações nas atitudes e práticas profissionais”, pontua.

“A transformação do registro de saúde da base em papel para o ambiente digital é um processo que ainda encontra resistências. A capacitação dos profissionais que utilizam sistemas digitais durante sua atuação profissional é um elemento importante para reverter isso”.

Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, mais de 80% das unidades básicas utilizam de um prontuário eletrônico, o que totaliza cerca de 40 mil unidades básicas. Para os pesquisadores e docentes envolvidos, esta parceria é parte da sensibilização e preparação dos profissionais de saúde para adoção de uma postura positiva frente às informações de saúde, com mais segurança e respeito à privacidade. 

O conteúdo será ofertado na forma de videoaulas, podcasts, quadros-resumo, infográficos e textos especializados. Haverá exercícios como estudo de casos, situação problema e cenários virtuais. A equipe utilizou como base as principais demandas dos usuários do sistema e dos técnicos do Ministério.

A equipe é multidisciplinar e conta com cerca de 30 pessoas, entre docentes e pesquisadores dos cursos de medicina, odontologia, enfermagem e letras, além de profissionais da ciência da computação e ciência da informação. “Trabalhamos em cooperação com profissionais da APS, que foram convidados para dar maior veracidade ao conteúdo e exercícios”, completa a professora. 

Todo conteúdo é revisado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério. Os temas dos vídeos foram planejados em parceria com a SAPS e envolvem o uso do sistema eSUS APS. Alguns exemplos são: como elaborar uma receita no prontuário eletrônico do cidadão?  Perdi a senha, o que faço agora? E como registrar uma vacina?

A UFMG é um dos polos de conhecimento em saúde digital no país. Há oito anos, a disciplina de Informática Médica foi introduzida na pós-graduação e, há 5 anos, na graduação em medicina. Atualmente, a UFMG é sede do Centro de Inovação em Inteligência Artificial em Saúde (CIIA-Saúde).

e-SUS

O e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS) é uma estratégia para reestruturar as informações da Atenção Primária em nível nacional. Essa ação está alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde.

O Sistema eSUS APS conta com um conjunto de sistemas de informações e aplicativos que apoiam a gestão da informação sobre a saúde das pessoas. Entre eles estão o Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) e o PEC-CEO, dedicado ao atendimento odontológico (Centro de Especialidades Odontológicas); o Sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS); e um conjunto de aplicativos para uso em dispositivos móveis.

Entre os apps, se destacam o e-SUS Território, o e-SUS Atividade Coletiva, o e-SUS Gestão, o e-SUS.

O projeto da capacitação foi formalizado em setembro de 2022 e está previsto para durar quatro anos. A expectativa é que ainda em 2023 os primeiros cursos estejam disponíveis para todo o país.