Por: André Luís Monteiro/Jornalismo Light FM
Foto: Acervo Grupo Globo/Reprodução
O jornalista, apresentador e locutor Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos. A informação foi divulgada pela TV Globo. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para tratar uma pneumonia.
Considerado um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro e dono de uma voz inconfundível, Cid Moreira ocupou a bancada do Jornal Nacional por quase 30 anos, desde a estreia do telejornal, em 1969.
De acordo com o portal Memória Globo, o apresentador deu boa noite ao público por aproximadamente 8 mil vezes ao longo dos 26 anos em que esteve à frente do noticioso.
Vida e carreira no rádio e TV
Filho do bibliotecário Isauro Moreira e da dona de casa Elza Moreira. É irmão do locutor Célio Moreira, que trabalhou na equipe inicial da Globo. Formou-se em contabilidade em 1944. Naquele ano, admirado com as imitações que Cid Moreira fazia ao microfone nas festas regionais da cidade, um amigo – cujo pai era diretor da Rádio Difusora Taubaté – o convenceu a fazer um teste de locução. Contratado, Cid Moreira atuou na narração de comerciais até 1949, quando se mudou para São Paulo e passou a trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.
Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu até 1956. Nesse período, teve suas primeiras experiências em televisão, na TV Rio, apresentando comerciais ao vivo em programas célebres como Além da Imaginação e Noite de Gala. “Ninguém levava a TV a sério. Custei a comprar o meu primeiro aparelho de televisão. Mas não tinha nada, o rádio ainda dominava”, lembra.
A estreia como locutor de noticiários aconteceu na própria TV Rio, em 1963, na equipe do ‘Jornal de Vanguarda’. O programa era dirigido por Fernando Barbosa Lima e contava com nomes como Sérgio Porto, Mauro Borja Lopes (Borjalo) e Luís Jatobá. A partir de então, Cid Moreira trabalhou no ‘Jornal de Vanguarda’ em toda a trajetória do programa, passando pela Tupi, pela Globo, pela Excelsior e pela Continental.
Entrada na Globo
Voltou a trabalhar na TV Globo em 1969, para substituir Luís Jatobá no ‘Jornal da Globo’, um noticiário de de 15 minutos de duração, que exibia diariamente, às 19h45, um panorama das principais notícias do Brasil e do mundo. Integrou a primeira equipe do ‘Jornal Nacional’, que estreou em setembro daquele ano, o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. Na ocasião, dividiu a bancada do telejornal com Hilton Gomes. Dois anos depois, iniciou uma parceria com Sérgio Chapelin que se prolongou por mais de uma década.
Ao longo de 26 anos, Cid Moreira ocupou diariamente a bancada do ‘Jornal Nacional,’ tornando-se um dos símbolos do telejornal. Em 1996, como consequência de uma reformulação do JN, os antigos apresentadores foram substituídos por jornalistas envolvidos na edição – William Bonner e Lillian Witte Fibe, na época. Posteriormente, no ‘Jornal Nacional’, dedicou-se exclusivamente à leitura de editoriais.
Com informações do site Memória Globo