Por: André Luís Monteiro/Jornalismo Light FM*
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que assegurou R$ 770 milhões junto ao governo federal para investimentos em mobilidade urbana e prevenção de enchentes na capital. Em viagem a Brasília nessa terça-feira (16), o prefeito Álvaro Damião assinou termos para a contratação de R$ 317 milhões para a compra de 100 ônibus elétricos e 27 carregadores e R$ 425,8 milhões para a construção de faixas exclusivas e obras de estabilização do Onça. A contrapartida da PBH é de R$ 27,2 milhões.
“Vamos melhorar a vida das pessoas, do povo belo-horizontino. É para isso que estou em Brasília. E seu eu tiver que ir a Brasília e ao governo do Estado para melhorar a vida do povo, pode ter certeza que eu irei”, afirmou o prefeito Álvaro Damião, depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Cidades, Jader Babalho Filho, o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes, e o diretor de Compliance e Riscos do BNDES, Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ao prefeito Álvaro Damião o apoio federal para projetos do município. “Da parte do governo federal, você terá todo o apoio de que necessitar, e tudo aquilo que estiver ao nosso alcance, para que possamos permitir que você governe da melhor forma possível”, disse.
O termo de compromisso envolvendo a PBH, Ministério das Cidades e BNDES para a aquisição dos ônibus elétricos prevê recursos provenientes do projeto Renovação de Frota do Programa de Aceleração do Crescimento – Seleções (PAC Seleções), na categoria Mobilidade Urbana Sustentável.
A inclusão de ônibus movidos a combustíveis não fósseis busca contribuir com a qualidade do meio ambiente urbano, aumentar a eficiência ao sistema de transporte e proporcionar mais conforto aos usuários.
Os ônibus serão adquiridos pela Prefeitura e cedidos em regime de comodato às concessionárias responsáveis pela operação das linhas. Ao final do contrato, em novembro de 2028, os veículos retornarão à PBH. A compra será feita em lotes de 20 unidades, com entregas fracionadas em cinco etapas, de forma a compatibilizar a instalação dos carregadores e a capacidade produtiva das montadoras.
Dos 27 carregadores previstos, 25 serão instalados em garagens de concessionárias e dois em área pública para recarga de oportunidade, ampliando a flexibilidade da operação.
Os novos veículos serão do tipo padron, piso baixo, com capacidade para até 80 passageiros. Entre as principais características estão: zero emissão de poluentes locais, baixo ruído e ausência de vibração; autonomia entre 230 e 250 km por carga; eficiência energética, com economia de até 80% em relação aos ônibus a diesel; e piso baixo, garantindo acessibilidade universal.
Em 2023 e 2024, a Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) realizou testes com ônibus elétricos de diferentes fabricantes, o que serviu de base para a decisão de aquisição. Os resultados apontaram benefícios claros tanto para os usuários quanto para a cidade: menor custo operacional, conforto durante as viagens, redução de ruído e diminuição significativa das emissões de CO₂.
Faixas exclusivas
Um contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal (CEF) no valor de R$ 132,5 milhões – recursos provenientes do Novo PAC-MObilidade Urbana Sustentável –, serão destinados à ampliação das faixas exclusivas e preferenciais destinadas ao transporte coletivo e na expansão da infraestrutura cicloviária da cidade.
O investimento permitirá a execução de obras que reforçam a prioridade ao transporte coletivo no sistema viário da capital, com a implantação de 64,3 km de novas faixas exclusivas e preferenciais para ônibus. Também estão previstos 51,34 km de infraestrutura cicloviária já com projetos executivos concluídos, além de outros 51,34 km que estão em fase de desenvolvimento.
Atualmente, Belo Horizonte conta com 74,2 km de faixas prioritárias para o transporte coletivo, sendo 21,7 km do sistema MOVE, 36,3 km de faixas exclusivas e 16,2 km de faixas preferenciais. Com os novos trechos, a cidade amplia a velocidade operacional dos ônibus, reduz conflitos com os demais veículos, garante maior segurança e diminui o tempo de viagem dos usuários.
Na mobilidade por bicicleta, a capital possui cerca de 112 km de ciclovias, ciclofaixas e rotas cicláveis, incluindo as Zonas 30. O planejamento prioriza a construção de uma rede estruturante interligada a rotas alimentadoras, além da instalação de bicicletários e paraciclos em pontos estratégicos.
As ações integram o PlanMob-BH, que estabelece como diretrizes a priorização do transporte coletivo e a valorização da mobilidade ativa, conectando a rede cicloviária à rede de transporte público e promovendo mais integração modal.
Ribeirão do Onça
O contrato com a CEF inclui ainda R$ 293,3 milhões para obras de drenagem de águas pluviais da Bacia do Onça. As intervenções vão beneficiar 65,6 mil moradores dos bairros Novo Aarão Reis, Ribeiro de Abreu, Belmonte, Ouro Minas, Novo Tupi, Maria Teresa e Capitão Eduardo.
A Prefeitura de Belo Horizonte dá mais um passo para a implantação do Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça, localizado na região do Ribeiro de Abreu. O novo parque terá uma área total de 627,5 hectares, dos quais 70% serão compostos por áreas verdes e protegidas. O restante do espaço será destinado ao lazer e ao uso público, incluindo hortas comunitárias, áreas de agroecologia, quadras esportivas, equipamentos públicos, pontes, passarelas, ciclovias e sistema viário.
O principal objetivo do projeto é proteger e recuperar as margens do Ribeirão do Onça e as áreas resultantes de desapropriação, devolvendo à comunidade um espaço seguro e ambientalmente saudável. A iniciativa também visa minimizar o impacto de enchentes e alagamentos na região.
*Com informações da PBH